quinta-feira, 24 de maio de 2007

o dorso do homem brilha


o dorso do homem brilha
com desdém de existir
desconhecendo a cabeça que o rege
as pupilas dilatadas
no globo ocular fechado
o dorso do homem reluz
traduz as luzes das velas
nos candelabros de prata
o olhar voltado para dentro
o peito gentil acolhe o estrangeiro
quase num vôo cego
de olhos revirados
pele alva, manchada por luta
o dorso do homem baila
flagelo de sentir o outro
carnes trêmulas, pulsantes
regrados de silêncio inconstante
a quietude que precede o gozo
a penumbra e a fumaça do ambiente
solenes acompanham a dança
tribal dos corpos em fúria ansiada
erguem-se em adoração mútua
ao dorso do homem reverenciado.

RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS E A PROPRIEDADE INTELECTUALCopyright © 2007. É proibida a venda ou reprodução de qualquer parte do conteúdo deste site. Este texto está protegido por direitos autorais. A cópia não autorizada implica penalidades previstas na Lei 9.610/98.